Essa semana um fato político merece nossa volta ao blog. O atual vice-prefeito da cidade, Raphael Moreira, declarou seu afastamento político da atual gestão. Tal como Juedyr (ex-vice-prefeito de Ivany Samel), o fato se repete, sob a mesma alegação: falta de espaço político no governo municipal. Mas algumas diferenças são observadas, todas, por cautela do atual vice-prefeito, que viu, na campanha de 2012, o então vice-prefeito ser acusado de ganhar sem trabalhar. Como a opção da renúncia não passa pela cabeça de Raphael Moreira, que seria o correto, ele promete destinar recursos advindos de seus subsídios (salários) ao Hospital de Miracema e à APAE.
Tal atitude, para alguns, pode soar como demagógica, já que o salário dele é muito pequeno frente às necessidades de tais instituições. Mas a maioria da população vê com bons olhos. Aqui cabe a discussão da necessidade de remuneração dos ocupantes de cargos de vice-prefeito, vice-governador e vice-presidente, que são os suplentes remunerados para assumir no caso de falta do titular.
Quem defende o salário para os vices, de modo geral, alegam que eles servem para suprir o ocupante do cargo de condições para se manter e estar sempre preparado para assumir a função. Mas legalmente o vice não tem funções executivas em nenhuma situação, com exceção daqueles que ocupam secretarias e cargos municipais e optam pela remuneração do cargo de vice. Pelo Brasil a fora, são inúmeros casos assim.
Em Miracema, os vices não costumam ser parceiros dos prefeitos depois da posse. Lembro do Dr. Márcio Antunes, que caminhou durante todo o mandato de Ivany Samel e poucos outros na mesma condição.
No caso atual, o vice Raphael Moreira não esconde de ninguém, nos moldes de Juedyr, que pretende disputar a prefeitura ao final do mandato do atual titular. Tanto que não saiu da política e já ensaia apoios para o pleito de 2014. Juedyr agiu diferente e disputou o cargo de deputado estadual e obteve expressiva votação. Moreira desistiu da disputa logo no início.
O prefeito Juedyr não se posicionou sobre o caso, mas o blog gostaria muito de ouvi-lo, para que ele expresse a real razão do afastamento. Não vale só a palavra de Raphael, até porque ele não traz nenhum fato concreto que justifique o afastamento. Lança dúvidas, o que é ruim, pois ninguém nunca saberá o que aconteceu. Há quem diga que Raphael pretendia uma secretaria municipal que seria ocupada por um indicado seu. Juedyr chegou a indicar nomes para a administração de Ivany.
Sua mãe, a professsora Layse, disse que agora "é oposição", de forma muito mais proativa que o filho, que afirmou apenas que está afastado do governo municipal. No Facebook do vice-prefeito não encontramos nenhuma outra explicação.
Para este blogueiro, o fato ainda é muito pouco claro e objetivo, necessita de melhores esclarecimentos, para não ficar parecendo que Raphael quer apenas criar um fato político e um factóide, visando sua própria promoção em ano eleitoral.
As dúvidas que ele lançou também são graves, pois se ele, na condição de servidor público municipal, regiamente remunerado, tem conhecimento de alguma ilegalidade, deveria agir como agiu Juedyr na época, levar as denúncias ao conhecimento do Ministério Público e da Câmara Municipal.
Aliás, simples ilações são passíveis até de um processo de Juedyr contra o ex-aliado...
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