O
médico legista George Sanguinetti afirmou que o filho do casal de
policiais militares paulistas Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, foi
assassinado junto com os pais – o sargento da ROTA, Luís Marcelo
Pesseghini, 40, a mãe, cabo Andréia Pesseghini, 36 – além da avó e de
uma tia avó.
Para
a polícia paulista, o adolescente cometeu os quatro assassinatos entre a
madrugada do último domingo (4) e a de segunda (5), com a arma da mãe,
uma pistola .40, e se matou no começo da tarde de segunda, ao voltar do
colégio.
Ao analisar as fotos da sala em que Marcelo e os pais foram encontrados mortos, Sanguinetti foi categórico ao afirmar:
a
posição do corpo do adolescente não é compatível com a de um suicídio, e
sim, com a de um assassinato. Há muita clareza nas posições dos corpos,
que mostram que os três foram assassinados.
Ao
fazer os cálculos de corpos com estatura semelhantes à da mãe e do
filho, podemos observar que todos foram mortos por outra pessoa, disse Sanguinetti.
A
posição em que o corpo do menino caiu, com a mão direita em cima do
lado esquerdo da cabeça e o braço esquerdo dobrado para trás, com a
palma da mão esquerda aberta para cima, não é compatível com a posição de um suicida, e sim, com a de uma pessoa que foi assassinada.
A arma do crime também não está no local compatível, que apareceria na foto em cima da cama ou próximo aos joelhos do menino, explicou Sanguinetti.
Para o professor legista, a
equipe da perícia precisa refazer os cálculos do trajeto dos corpos ao
serem atingidos pelos projéteis porque a conclusão está equivocada ao
afirmar que o menino assassinou os pais e depois se matou.
Sanguinetti explicou: não
é impossível refazer os cálculos mesmo com o cenário desfeito. Os
peritos devem se basear nas imagens para concluir claramente que o
menino Marcelo também foi vítima.
Apesar
de as pessoas próximas ao menino dizerem que ele sabia atirar, a forma
como cada um deles foi morto, com apenas um tiro na cabeça, é de
atirador profissional. Por mais que o menino tivesse habilidade, ele
efetuaria mais de um disparo para atingir os corpos dos pais e para se certificar de que eles teriam morrido, argumentou o legista.
Sanguinetti
disse que também seguiu os cálculos da medicina legal para afirmar que o
corpo de Andreia foi colocado no local em que foi encontrado. Para ele,
a policial não foi morta na posição fetal.
A parte do corpo que ficou suspensa na cama corresponde a 15% da massa [corporal da vítima], e o peso restante faria
o corpo ser arrastado para o chão. Jamais, ao levar um tiro, o corpo
conseguiria se manter em uma posição que a parte mais leve seguraria a
parte mais pesada, a não ser que já estivesse com rigidez cadavérica,
como podemos observar na foto.
O
legista Sanguinetti também questionou o argumento de que não foi
detectada a presença de chumbo, antimônio, bário e pólvora nas mãos do
menino, e que, ao efetuar supostamente os cinco disparos que mataram o
adolescente, os pais, a avó Benedita de Oliveira Bovo, 67, e a tia
Bernadete Oliveira da Silva, 55, o polegar e a parte dorsal da mão
esquerda, obrigatoriamente, teriam algum vestígio.
Informaram
que o menino era canhoteiro e nem a mão esquerda, a provável a ser
usada para fazer os disparos, e nem direita apareceram com resíduos de
tiros, disse Sanghinetti.
Obrigatoriamente
quando efetuam-se disparos de arma de fogo os resíduos aparecem. Se
disserem que ele efetuou e deu negativo o exame residuográfico estamos
contradizendo a boa técnica da medicina legal, afirmou.
O
médico legista questionou ainda o porquê da equipe de criminalistas não
realizar exame em microscópio para observar resíduos dos tiros na derme
e na epiderme do garoto: Eles fizeram exames somente com a lavagem
das mãos em soro, mas deviam ter retirado pedaços da pele do menino para
investigar os resíduos e encontrariam.
Sanguinetti
disse que também analisou os relatos do cenário da casa dos PMs
paulistas assassinados e afirmou que a equipe de peritos só observou se o
portão e a porta estavam intactos, sem sinais de arrombamento:
Tinha
uma janela com o cadeado arrombado e eles ignoraram a informação da
cena. Provavelmente a pessoa que matou os cinco entrou pela janela.
A
conclusão dos médicos legistas constará no laudo elaborado pelo
Instituto de Criminalística (IC) e que deverá ser entregue à Polícia
Civil de São Paulo até o meio da semana.
O
IC utiliza análise de manchas de sangue para indicar o momento em que o
sargento foi morto. Também durante os próximos dias, o instituto deverá
concluir o laudo necroscópico das outras vítimas e apontar, por
exemplo, se alguma delas havia sido sedada ou se continha vestígios de
pólvora.
Também
aguardam o resultado de análise de peritos o computador e telefones
celulares apreendidos na casa da família. Procurada nesse sábado, a
assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo
informou: só serão considerados laudos oficiais do caso.
O
doutor George Sanghinetti ficou nacionalmente conhecido ao refazer o
laudo das mortes do casal PC Farias e Suzana Marcolino e apontar que
eles não tinham se suicidado, mas foram assassinados em 1996.
(RETIRADO DAQUI http://site.margaritasemcensura.com/home/legista-diz-menino-marcelo-tambem-foi-assassinado)
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