O empresário Alexandre Perácio, de 67 anos, foi preso por policiais da
Delegacia Fazendária (Delfaz) da Polícia Civil, em Copacabana, Zona Sul
do Rio, no início da manhã desta terça-feira, acusado de participar de
um esquema de sonegação fiscal na comercialização de café. A prisão faz
parte de uma operação que o Ministério Público realiza em 12 estados
brasileiros.
Segundo as investigações, que incluem também o Ministério Público
estadual e a Secretaria Estadual de Fazenda (SEF), a quadrilha que
atuava entre o Rio e o Espírito Santo sonegou R$ 182 milhões em três
anos. O volume total de notas fiscais emitidas pelas empresas fantasmas
que compõem o esquema pode chegar a R$ 3 milhões.
De acordo com a delegada da Delfaz, Izabela Santoni, as investigações
começaram após o fisco do Espírito Santo verificar que a produção de
café que entrava no estado era muito maior do que o Rio de Janeiro pode
produzir. A SEF e a Polícia Civil do Rio foram acionadas. As
investigações mostraram que empresas fantasmas foram criadas no Rio de
Janeiro. O objetivo era emitir notas fiscais para os produtores de café
do Espírito Santo.
Como a suposta venda era feita entre estados, por lei, a cobrança de
impostos era menor, se livrando assim de pagar mais tributos quando da
venda para comerciantes do Espírito Santo. As notas fiscais eram reais,
segundo a delegada, porém a operação de venda do produto era fictícia,
já que o café não circulava entre o estado comprador e o vendedor.
Ainda segundo Izabela Santoro, a quadrilha atuaria ao todo em 12
estados. Cada um deles está focando as investigações em um braço da
quadrilha. No Rio foi descoberta a participação de pelo menos dois
auditores fiscais envolvidos no esquema. As investigações também se
basearam nas 20 empresas de fachada, todas "criadas" com sede no estado.
Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades de
Itaperuna, Cantagalo e São João do Itabapoana, no Norte Fluminense,
próximas a divisa com o Espírito Santo. Foram expedidos outros 11
mandados de prisão e 29 de busca e apreensão para os outros estados.
Agentes da Delfaz participam da operação em Minas e no Espírito Santo. A
operação foi batizada de Robusta pela qualidade do café comercializado
na fraude. (JORNAL O DIA)
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