terça-feira, 9 de abril de 2013

ITAPERUNA NA ROTA DA CORRUPÇÃO

O empresário Alexandre Perácio, de 67 anos, foi preso por policiais da Delegacia Fazendária (Delfaz) da Polícia Civil, em Copacabana, Zona Sul do Rio, no início da manhã desta terça-feira, acusado de participar de um esquema de sonegação fiscal na comercialização de café. A prisão faz parte de uma operação que o Ministério Público realiza em 12 estados brasileiros.
Segundo as investigações, que incluem também o Ministério Público estadual e a Secretaria Estadual de Fazenda (SEF), a quadrilha que atuava entre o Rio e o Espírito Santo sonegou R$ 182 milhões em três anos. O volume total de notas fiscais emitidas pelas empresas fantasmas que compõem o esquema pode chegar a R$ 3 milhões.

De acordo com a delegada da Delfaz, Izabela Santoni, as investigações começaram após o fisco do Espírito Santo verificar que a produção de café que entrava no estado era muito maior do que o Rio de Janeiro pode produzir. A SEF e a Polícia Civil do Rio foram acionadas. As investigações mostraram que empresas fantasmas foram criadas no Rio de Janeiro. O objetivo era emitir notas fiscais para os produtores de café do Espírito Santo.

Como a suposta venda era feita entre estados, por lei, a cobrança de impostos era menor, se livrando assim de pagar mais tributos quando da venda para comerciantes do Espírito Santo. As notas fiscais eram reais, segundo a delegada, porém a operação de venda do produto era fictícia, já que o café não circulava entre o estado comprador e o vendedor.

Ainda segundo Izabela Santoro, a quadrilha atuaria ao todo em 12 estados. Cada um deles está focando as investigações em um braço da quadrilha. No Rio foi descoberta a participação de pelo menos dois auditores fiscais envolvidos no esquema. As investigações também se basearam nas 20 empresas de fachada, todas "criadas" com sede no estado.

Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades de Itaperuna, Cantagalo e São João do Itabapoana, no Norte Fluminense, próximas a divisa com o Espírito Santo. Foram expedidos outros 11 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão para os outros estados. Agentes da Delfaz participam da operação em Minas e no Espírito Santo. A operação foi batizada de Robusta pela qualidade do café comercializado na fraude. (JORNAL O DIA)

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