terça-feira, 21 de junho de 2011

SAUDADE DE UM FUTEBOL QUE IA PRA FRENTE...


Talvez meu amigo Adilson Dutra pudesse escrever muito melhor que eu, mas acho que posso desabafar. Isso porque hoje fazem 41 anos que o Brasil foi tri-campeão mundial de futebol, em 1970, no México. Claro que já disseram várias vezes que aquele era outro futebol. Que a realidade esportiva era outra. Tudo é assim. Acabei de ver o documentário sobre nosso inesquecível Senna, onde, lá nos primeiros minutos, o narrador, acho que o próprio corredor, fala que, quando começou a correr, quando ainda era garotinho em SP, quando ainda estava no kart, aquilo era despido de qualquer vaidade, que corria por correr, não havia influência política, nem comercial. Fica até uma interrogação: será que Senna morreu por questões comerciais? Não sei, creio que não.

Mas a prosa é sobre futebol e estávamos em 1970. E quero chegar aqui, hoje, no futebol de hoje, onde o comércio está acima de tudo. Leio o Renato Maurício Prado, no O Globo e ele fala sobre o Ronaldinho Gaúcho, ex-jogador em atividade no Flamengo. Segundo Maurício, que é um dos jornalistas mais respeitados do país, ele recebe, quase que diariamente, relatos de noitadas do ex-craque contratado do Flamengo. Novidade? Nenhuma. Até porque a opção dele pelo Rio de Janeiro era exatamente ficar perto do maior centro de entretenimento do mundo, a Cidade Maravilhosa. Da Lapa, da Barra, de Copacabana...

Pesou mais na decisão de Ronaldinho e seu irmão Assis, o fato do Flamengo ficar localizado no Rio, lembram disso? Agora o resultado está aí: decepção total. O ex-jogador, que já foi um grande craque, arrastou-se em campo no clássico com o Botafogo. E ainda colocam a culpa no técnico Luxemburgo. Deveriam demití-lo e contratar uma babá para os jogadores do Flamengo. Daria mais resultado.

A conclusão que se chega é que vale tudo pelo dinheiro. Vale são os patrocínios, não as conquistas. Os dirigentes comemoram muito mais o fechamento de um contrato de patrocínio da camisa, do que a conquista de um campeonato brasileiro, podem ter certeza disso. E o Flamengo, para desespero de bobos torcedores, que ainda existem, vai continuar é nisso aí mesmo, que vimos no jogo de domingo.

O que me entristece é que eu tinha deixado de torcer quando ocorreu o escândalo com o Bruno, e que o Flamengo o manteve no elenco, como contratado. Voltei a torcer embalado no Ronaldinho. Hoje nem sei se tenho saudade do Bruno, porque a coisa está bem pior que antes. Pois Bruno, sem querer defendê-lo, claro, pelo menos jogava futebol...

Dá-lhe Senna, você sim, sempre nos orgulhou!!!

Um comentário:

TADEU MIRACEMA disse...

José Souto, é uma pena chegarmos a essa conclusão, mas o nosso futebol passa por uma escassez de talentos dentro de campo e uma crescente corrupção na parte administrativa, que envolve dirigentes, empresários e até alguns técnicos. Sobre o Ronaldinho Gaúcho, o que está acontecendo já era esperado pelos especialistas de plantão. Desde a Copa de 2006 é esse o futebol que ele vem apresentando.