Água, água, água

A questão da água não é somente uma discussão entre seres humanos. Somos porta vozes dos demais seres que habitam essa casa cósmica chamada Planeta Terra. E essa casa encontra-se abalada. Suja. Doente. Moribunda. Não bastam as águas das chuvas, mansas, em manhãs cálidas, para produzir um efeito de limpeza, diante de toneladas de lixos acumulados por todos os lados. Minha lágrima diante dessa realidade é água. Todas as lágrimas diante dessa realidade são cachoeiras. Água que se levanta nas ondas oceânicas. Água. Água. Água. Não há vida sem ela. E isso parece tão acomodado em nossas consciências, parecendo nos deixar irresponsáveis e despreocupados. Há tanta água no planeta. Olhe essa casa cósmica do espaço. Um mundo de água. Pena que para a nossa vida, só um pouquinho dessa imensidão é potável. E vem se esgotando. O pássaros reclamam em meu quintal. Os animais que ainda restam nas matas (que ainda restam também) se desesperam procurando por ela. Água. Água. Água. A Sagrada Mãe Natureza foi sábia e contava com a ajuda dos seres humanos em sua sabedoria. Mas...fomos traidores...covardes...usurpamos do nosso direito e nos esquecemos das nossas obrigações. E nosso país se encanta com o Pre-Sal...aplaude...ri de ambição...os cofres se agitam...e a água continua esquecida como parceira insubstituível para a vida planetária. Água. Água. Água. Espero que essa mesma água, seja aspergida sobre todos aqueles que fazem alguma coisa para preservá-la...que a Sagrada Mãe Natureza, em seu batismo divino, priorize uma oportunidade para todos nós
salvarmos o planeta Terra.
Á benção Sagrada Mãe...sou teu filho e vivo tua agonia. Água. Água. Água.

Xamã Anguerecó Anguerá (Carlos R. Ventura)