terça-feira, 8 de julho de 2008

SOLAR VENTURA LOPES IV - Roberto Ventura


"Quando, em 1975, o corpo de Ventura Lopes se achava exposto no velório, realizado na sala maior, ouviu-se no seu interior, a manifestação de um cidadão do povo, que afirmava que “homens como Ventura Lopes somente eram nascidos de cem em cem anos”, mesmo porque a residência da família sempre esteve franqueada aos homens do povo, a exemplo das relações mantidas com os empregados e os numerosos membros das mais de cem famílias que compunham a colônia da Fazenda Santa Inês.

De tudo que vi, ouvi e tive oportunidade de participar como filho, na infância, na juventude, na mocidade, posso afirmar, sem falsa modéstia, que o imóvel da Praça D. Ermelinda, nº 17, antigo 2/2 -A, foi centro de encontros sempre voltados, com a maior seriedade, para promover as instituições, para buscar meios destinados à correção de injustiças cometidas contra membros da cidadania, de encontros para planejar as práticas do progresso e do desenvolvimento de Miracema.

Pouco antes de sua morte, Ventura Lopes recebeu casualmente em sua residência, chegados em momentos diferentes, as visitas do Professor Alberto Lontra, do Dr. Lafayete Medeiros, do Dr. Amílcar Perlingeiro e do Dr. Adumon Duarte Monteiro, quando estava reunido comigo e com o seu sobrinho José Homem Ventura. Exceção feita a mim e ao Dr. Adumon, eram todos octogenários. Pelo muito que realizaram, a vida desses cidadãos, guardadas as devidas proporções, pode ser comparada com a dos feitos históricos dos chamados “Varões de Plutarco”.

Foi um encontro delicioso, cuja lembrança ficou perpetuada em nossa memória, não só pelo que sei do quanto representaram para a Pátria, particularmente para Miracema, mas, sobretudo, pela leveza da conversa e das idéias, pela evocação de lutas e feitos passados, que promoveram o progresso e o
desenvolvimento da Região Noroeste Fluminense, para honra e glória da terra de D. Ermelinda Pereira.

Eis, enfim, o somatório dos acontecimentos testemunhados por mim, durante quase trinta anos, ocorridos no prédio nº 17, antigo nº 2/2-A, da praça D. Ermelinda, que leva o nome daquela que foi a mãe dadivosa da Terra –MIRACEMA."

Roberto Monteiro Ribeiro Coimbra Lopes
(Sexto filho de Antônio Ventura Coimbra Lopes e de Nair Monteiro Ribeiro Lopes, esta braço direito fortíssimo de Ventura Lopes, esposa e mãe exemplar).

3 comentários:

Anônimo disse...

Quantos bons atos, quantas vidas, quanta história, que memória!Parabéns!
A história narrada pelo Dr. Roberto nos estimula à valorização dos atos que todo homem são pode e deve realizar.
Em comparação a que está sendo escrita pelos homens de nossa época. . . . Ui! Melhor que nem sejam documentadas!

Anônimo disse...

Infelizmente, tenho q concordar com a ironia do "Bodão" aí de cima...rs

Anônimo disse...

Obrigado ao Blog e ao culto advogado Roberto Ventura. As informações apresentadas no texto são notáveis. Que maravilha. Espero que outras iniciativas ligadas à cultura local sejam apresentadas por este dinâmico Blog.
Parabéns.
Zoé.