segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Lula está colocando o guizo no gato

A fábula de La Fontaine sobre o caso em que os ratos colocariam o guizo no gato, serve para ilustrar o momento vivido na política do país, desde a eleição de Lula. Na fábula, a grande dificuldade é selecionar quem colocaria o guizo no gato, para, enfim, reinar a paz.

Lula foi eleito numa eleição super tumultuada, venceu com diferença abaixo do que se esperava ou imaginava, sendo o resultado até hoje não reconhecido pelo derrotado. Mas desde que assumiu, numa postura política e técnica, tem dominado os temas e agido como se esperava e pretendia.

Nomeou um ministro de sua inteira confiança na importante Fazenda, sendo ele o responsável por gerir a economia do país. Economia que tem sido a mola mestra para os bons resultados eleitorais do futuro. Lula aposta em Haddad, certamente pretendendo fazer do ministro, seu sucessor no próximo pleito.

Pós atentados de 8 de janeiro Lula organizou a casa junto aos governadores e aproveitou para aproximar-se daqueles que foram eleitos fazendo oposição ao seu mandato, vide o caso de Tarcísio de Freitas, que participou do histórico encontro do dia 9 de janeiro (junto com demais governadores), além da aproximação natural e união contra os fatos ocorridos, aos dirigentes do Poder Legislativo e Judiciário.

Lula agora fez a arrumação mais delicada, junto às Forças Armadas, nomeando um general afinado com a democracia. 

Além disso, Lula tocou numa das feridas mais profundas, o gravíssimo problema do meio ambiente, gerado por madeireiras ilegais e garimpeiros, um verdadeiro ninho de cobras perigosas, que envolvem tudo de ruim que há no Brasil.

Demonstra o novo presidente que não tem medo de colocar os guizos nos gatos, o que de certa forma é até compreensível já que a leitura que se faz é a presença de forte oposição ao seu mandato logo no início da nova legislatura. E nada como o início de mandato para usufruir do encantamento e da festa da posse recém acontecida, para resolver os principais problemas e cutucar feridas abertas, como se apresenta o sério caso do genocídio de yanomamis.

Ao colocar os guizos nos gatos, Lula joga seu concorrente à lona e o coloca na defensiva, posição que Jair Bolsonaro nunca ocupou e onde fica visivelmente desconfortável. 

É esperar e torcer pela paz, sonhada por todos quando planejavam colocar o guizo no gato.

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