domingo, 18 de agosto de 2013

SUCESSÃO ESTADUAL

A onda de protestos que varreu o Brasil nos últimos meses e fez muita gente refletir sobre os problemas políticos pode alterar muita coisa na hora da votação. Infelizmente o último pleito municipal não trouxe tais mudanças, pelo menos na maioria das cidades. Grande parte dos eleitores ainda votam pensando no próprio umbigo, na melhoria da sua rua, do seu bairro, esquecem que os gestores lidam com prioridades. O mar de insatisfação inicial com as novas gestões se dá, principalmente, porque muitos votaram esperando um emprego, uma "vaga" na prefeitura, mas nem sempre tais vagas existem. E a grande maioria não está capacitada para tal.

Os novos prefeitos já assumem desgastados, essa é a verdade. E eles serão cabos eleitorais da eleição que, em tese, é a mais importante do país, elegendo governadores, presidente, senadores, deputados federais e estaduais. Esse é o primeiro ponto: os novos prefeitos e novos vereadores são bons cabos eleitorais dentro desse quadro de desgaste do início do mandato?

O segundo ponto é o próprio resultado da revolta generalizada que invadiu o país. Prova disso são as pesquisas de popularidade da própria presidente, que despencou muito em termos de apoio das massas. Antes imbatível, hoje já se fala tranquilamente em segundo turno.

E a sucessão estadual, nem se fala. O governador, como já tratamos aqui, vem de uma série de desgastes que agora vai se firmar, ainda mais, com a bomba trazida pela revista Veja desse final de semana. Como se falar em ressurreição do candidato oficial Luiz Pezão? Também como já dissemos, os adversários são ruins: Garotinho e Lindbergh. Outros inexpressivos, como o nanicos do PSOL e cia ltda. Seria Fernando Gabeira pré-candidato? Acho pouco provavel, pois o mesmo assumiu recentemente compromissos com a Rede Globo (leia-se Globonews) e um grande jornal de alcance nacional. Duvido que Gabeira abandone os contratos jornalísticos para buscar uma nova aventura eleitoral. E o Freixo? Será que ele sabe onde fica Rio das Flores ou Macuco? Sem chances nessa altura do campeonato. É sonhar demais, creio eu que vivo no interior.

Então as cartas são essas mesmas: Pezão, Garotinho e Lindbergh. O senador petista está na frente em todas as pesquisas, até naquelas encomendadas pelos adversários, mas corre ao seu lado o ex-governador Anthony Garotinho, do PR, que, nesse momento, está visitando cada uma das 92 cidades fluminenses consolidando seu partido político. Aliás, partido que saiu muito fortalecido no pleito municipal, vide, inclusive, nossa região Noroeste Fluminense, onde ele ganhou em várias cidades.

Pezão tem a máquina estadual, que vai investir pesado em obras de infra-estrutura e encurralar os novos prefeitos, carentes por ações que revertam a impopularidade dos primeiros meses de mandato. O PMDB também é um partido forte, mas não parece que entra unido na briga. Pezão tem que conquistar e convencer Jorge Picciani de que sua candidatura é viável. O presidente estadual, que comanda boa parte dos diretórios municipais, terá importância vital nessa sucessão, onde o partido precisa se engajar. Mas Pezão não é homem do PMDB, não convive intimamente com os caciques estaduais, está mais preocupado em conquistar os prefeitos. Mas os diretórios lhe seriam mais úteis que os mandatários municipais.

Lindbergh não tem partido, o PT não existe no Rio de Janeiro, até porque sempre foi sublegenda do PMDB. Sua base é frágil, mutável e sem forças para tocar uma campanha majoritária no Estado. A militância na capital está dividida, até porque, muitos dos líderes do partido, como o secretário Minc, o prefeito de Niterói Rodrigo Neves e outros, estão mais para apoiar o candidato oficial Pezão, do que aventurar uma candidatura com o senador cara-pintada.

Esse é o quadro, resta saber como vão andar as peças. Hoje eu aposto numa vitória de Garotinho, esperneiem ou não meus poucos leitores diários...

4 comentários:

Anônimo disse...

Esse é o maior problema. A queda drástica da popularidade de Cabral e sua trupe é sem dúvida, notável, mas os prováveis sucessores é muito mais preocupante. São todos péssimos!

Anônimo disse...

Garotinho e Pezão???? Nem pensar!!! Prefiro anular meu voto.

Clara Marta disse...

Inadmissível ter que votar em branco ou anular meu voto.Votar em quem?Não há nomes para Governador.Todos péssimos.Mas agora chegou a hora de dar uma bata na imoralidade, ilegalidade e no descaso ao povo do nosso estado.Temos que fazer protesto com esses políticos enganadores, mentirosos.Não vamos sair de casa para votar.Quem sabe daremos um jeito nesse Brasil?

Vitor Padilha disse...

Prezador autor,
Concordo com alguns pontos colocados por sua pessoa neste post e aproveito para parabenizá-lo pela boa escrita que sempre apresenta em seus posts, mostrando um grau de profissionalismo que é difícil encontrar em outros veículos de comunicação de nossa região. Mas tenho que discordar em alguns pontos:
1) O fato do Gabeira ter assinado contrato com o Globo News não o torna um candidato vendido e inferior aos demais (sei que esta não foi sua posição, mas alguns leitores podem achar). Na verdade, eu o vejo muito superior, inclusive intelectualmente, aos demais, tanto é que foi chamado para assumir um quadro na Globo News. Ok, pode ser que ele não venha, mas se ele vier? Não seria uma alternativa? Estamos cansados da mesmice!
2) Em relação ao Freixo, infelizmente a população fluminense não o conhece muito bem, pois realmente sempre foi uma pessoa muito ligada aos problemas da capital, principalmente na questão da segurança. Mas isto não quer dizer que ele não conhece o interior do Rio de Janeiro. Digo isto, pois o Freixo casou-se em Lumiar, perto de Macuco (90 km). Se ele ganhar, nossa região não ficará abandonada por não termos nenhum cabide eleitoral dele. Vale lembrar que o prefeito de Itaocara, Gelsimar, tem contato direto com ele. Mesmo se não tivesse representante, ele é uma pessoa que está sempre disposta a ouvir as reinvindicações da população, sendo sempre o primeiro a botar a cara.
3) Por último, no início do post, muitos estão acostumados a “olhar para nosso próprio umbigo”, esperando uma “vaga na prefeitura”. Concordo e acrescento também que eleição não é corrida de cavalo! Não vote naquele que você acha que tem condições de ganhar ou está na frente! Vote por uma ideologia! E em nossa atual situação, precisamos de mudanças!
É isto! Grande abraço!