quarta-feira, 7 de agosto de 2013

É ASSUSTADOR O CASO DO MENOR QUE TERIA MATADO A FAMILÍA EM SP


É assustador conviver com a hipótese de um menor de 13 anos ter matado os pais, a avó e a tia, numa mesma casa ou em casas próximas, ido à aula no carro da mãe e depois ter voltado à cena do crime e cometido o suicídio.

É assustador conviver com a hipótese desse menor ter utilizado uma arma, de forma certeira, disparando um único tiro em cada vítima.

É assustador saber que esse jovem mantinha comportamento dentro dos padrões normais, em sua escola e na convivência familiar. De onde vem essa frieza?

É assustador conviver com a hipótese do crime ter sido desvendado com tanta rapidez e celeridade, por uma polícia sabedora de que, em SP, o alvo dos bandidos são os policiais e que, a cada dia, um novo policial é morto.

Nota-se que até mesmo um adulto, um psicopata, teria dificuldade e frieza para matar uma família inteira e depois ir à escola, depois voltar e terminar sua própria história de vida...

O Brasil já assistiu ao filme "Matou a família e foi ao cinema" (1969 - direção de Neville de Almeida em obra de Júlio Bressane), onde Bebeto, após discutir com os pais, mata-os e, em seguida, vai ao cinema, onde assiste impassivelmente quatro filmes de curta-metragem. Mera ficção. Muito provavelmente essa não foi a inspiração do menino de SP.

O mais incrível é que não há explicação para o crime, além de depoimento colhido de outro garoto da mesma idade, afirmando que o potencial assassino apontado pela competente polícia paulista, mantinha planos nesse sentido.

Porém, é bom que se diga que os tiros foram certeiros, a maioria na nuca. Some-se a isso que o pai era policial experiente, tendo trabalhado na mais especializada polícia de SP, a ROTA, temida por grande parte dos bandidos. A mãe também era policial. E a tia e a avó? Não teriam ouvido os disparos da casa onde foram mortos os pais? Enquanto matava o pai, não teria  a mãe sido acordada?

É assustador conviver com a hipótese desse crime sair dos jornais e televisões, por total perda de interesses, e o menor entrar para história como o grande vilão, enquanto que poderia passar como vítima, mais uma vítima.

Agora que se faça uma distinção: se foi o menor que matou, ele era vítima de quem? Se foram os bandidos, mais fácil caracterizar: das drogas, do tráfico internacional, de todas as formas de violência que temos vivido.

Se foi o menor que realmente matou toda a família, ele é vítima de quem? O que a sociedade tem feito para produzir seres como esses? Seriam os vídeos-games? Seria a dilaceração das famílias? Mas a dele era uma família aparentemente unida, como retratam as fotos do álbum familiar. Seria culpa da escola? Dos exemplos dos amigos?

É assustador conviver com no que será o desfecho do caso: o menino matou por que tinha problemas psiquiátricos e uma dessas revoltadas de nosso consciente ou inconsciente, gerou esse monstro mirim que mata sem piedade, vai à escola e volta pra morrer...

É assustador conviver numa sociedade que produz esses seres que julgam sem concluir as perícias, matam e condenam sem ouvir os porquês, criticam sem conhecer as razões, destroem reputações sem sequer esperar as lágrimas chegarem ao chão...

É assustador!

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