O Brasil tem um dos acessos à internet mais caros do mundo, e a alta carga tributária é uma das principais causas. Isso é consenso. Mas, com um pouco mais de investimento, a realidade da conexão dos brasileiros seria muito diferente, dizem os especialistas. "O país tem um consumo crescente e as empresas precisam acompanhar essa evolução. Algumas acompanham mais, outras menos", critica o presidente da Teleco Consultoria, Eduardo Tude. "A tecnologia que a gente tem pode oferecer muito mais do que aquilo que a gente realmente usa", completa o professor de comunicações móveis do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), Daniel Andrade Nunes.
Para se ter uma ideia, segundo o Ibope Nielsen, 43,8% dos acessos à internet banda larga no Brasil em abril deste ano foram feitos utilizando velocidade entre 512 Kbps e 2 Mbps. Outros 23% foram com velocidade abaixo de 512 Kbps. "É absurdo chamar isso de banda larga. Na prática, banda larga deve ter, no mínimo, 2 Mbps", afirma Nunes. "Tem países na Europa que estão obrigando a se oferecerem, inicialmente, 20 Mbps", ressalta o professor do departamento de ciência da computação da UFMG Wagner Meira Júnior.
Segundo o site Net Index, que realiza pesquisas sobre internet em todo o mundo, a Coreia do Sul é o país que oferece maior velocidade média de acesso: 34 Mbps. Em seguida, aparecem nações menores, como Letônia, com 25,24 Mbps, que têm menor custo para internet de alta velocidade em todo o país. Os Estados Unidos, por exemplo, só aparecem na 16ª posição, com velocidade média de acesso de 10,5 Mbps. Isso não significa que todos os usuários do país acessem com esse desempenho, nem que não existam velocidades bem mais altas. Fato é que, neste ranking, o Brasil vem imediatamente após, na 17ª colocação, oferecendo uma média de 4,4 Mbps de velocidade de internet. (O Tempo)
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