sábado, 12 de maio de 2007

A VERDADE SOBRE A FACHADA DA FÁBRICA DE TECIDOS

Prédio da Fábrica de Tecidos São Martino, que completou 100 anos, tombado como parte da história de Miracema e destombado inexplicavelmente.



O imóvel que abrigou a Fábrica de Tecidos São Martino foi tombado pelo ex-prefeito de Miracema Ivany Samel (PMDB), no mandato que cumpriu entre os anos de 1993/1996. Logicamente que o tombamento obedeceu a rigoroso projeto e levantamento do Centro de Cultura Melchíades Cardoso e da divisão de Cultura da Prefeitura Municipal, subordinada à Secretaria Municipal de Educação.

Já na administração do também ex-prefeito Gutemberg Medeiros Damasceno (PV), o imóvel, numa ação quase inédita no Brasil, foi destombado, apenas para efeitos comerciais, ou seja, sem qualquer justificativa física, histórica ou científica.

O INEPAC, que é o órgão estadual que absorve esse assunto, manifestou-se contrário ao destombamento.

Já o Conselho Municipal de Cultura de Miracema, aprovou o destombamento proposto pelo ex-prefeito Gutemberg Medeiros Damasceno, condicionando apenas à manutenção da fachada principal. Certo é, que quem comprasse o imóvel, deveria manter a fachada principal, preservando-a e conservando-a. Dessa forma, é fácil concluir que caso fosse usada a área para a construção de um novo prédio, tal projeto arquitetônico, deveria absorver a fachada principal.

Isso significa dizer que o novo prédio deveria ser construído, aproveitando-se a velha fachada.

Mas não foi isso que aconteceu. O novo prédio foi projetado e construído pela CAPPS (Caixa de Previdência dos Servidores Públicos Municipais) ignorando a existência da fachada. Será que eles contavam com a ruína da fachada ou que ninguém viesse reclamar o cumprimento do que eles trataram?

Só que num ato inédito em Miracema, um grupo de cidadãos, em pleno uso de seus direitos políticos, fez um abaixo-assinado e outras ações públicas, requerendo que se cumprisse o que foi tratado, ou seja, manter a fachada em respeito à história e à cultura da cidade e em atenção ao que foi determinado no ato de destombamento do prédio da Fábrica de Tecidos.

O problema é que quem deveria fazer a manutenção, esquivou-se, ou seja, a CAPPS não cumpriu o que havia se comprometido e a Prefeitura, em obediência ao que foi estabelecido no Plano Diretor, está mantendo o prédio. Mas ficam algumas perguntas:

1) Por que a prefeitura destombou o imóvel?
2) Por que a CAPPS não construiu sua sede e o prédio novo em outro terreno?
3) Por que a CAPPS aceitou manter a fachada e fez um prédio novo sem utilizar-se do que restou do prédio da fábrica?
4) Por que a prefeitura está fazendo, com o dinheiro público, uma obra que era obrigação da CAPPS?

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