Há um movimento na gestão do SUS dos Estados no intuito de transferir para os municípios do interior, onde há estrutura com respiradores e UTI, visando a internar nessas cidades pacientes de outros municípios onde a capacidade de internação tenha chegado à saturação. No Rio de Janeiro, o município de Duque de Caxias já anunciou ter preenchido todos os leitos de UTI. Em São Paulo as UTIs estariam 70% ocupadas. Os analistas estão prevendo a saturação de vagas nos próximos dias.
Um município do interior do Rio, onde há um hospital regional da UNIMED, também foi sondado sob a hipótese de receber pacientes de outro município, nessa unidade do plano de saúde.
O argumento do SUS é que a gestão da saúde é compartilhada entre Estados, municípios e o governo federal.
A população é muito dividida sobre o tema, uns entendem que por humanidade as cidades deveriam receber pacientes, uma vez que seu próprio sistema pode saturar e ficarem na dependência de outros. Enquanto outros acham que as cidades devem ser bairristas e não receber pacientes "de fora".
Tem grupos que pensam que cidades onde não existem pacientes, mas disponibilizam de vagas, poderiam ser recebidos pacientes com outras enfermidades. O COVID-19, segundo especialistas, pode exigir até 15 dias de internação em UTI e respiradores.
O blog entrevistou um especialista em SUS, que disse que "Existe uma pactuação regional" e que "Que está referenciando os pacientes dentro da própria Região de Saúde".
Retirado do Plano de Resposta ao Coronavírus - Documento oficial do Estado
O especialista, uma das maiores autoridades do Estado no assunto, enviou o plano estadual de gestão da saúde, onde Miracema, por exemplo, consta com duas vagas de UTI. E essas vagas serão preenchidas pelo próprio sistema.
O plano diz o seguinte:
"A solicitação de vagas para internação de pacientes com suspeita ou confirmação de
COVID-19 em leitos de isolamento será realizada pelas unidades solicitantes por meio
do Sistema Estadual de Regulação (SER) no ambiente das suas centrais regionais".
"Os leitos de terapia intensiva são regulados pela Central Estadual de Regulação por
meio do SER."
Assim, pelo plano não seríamos obrigados a receber pacientes da capital ou do Grande Rio, mas sim dos municípios do próprio Noroeste Fluminense. Em nossa região há casos em outras cidades.
O blog vai ouvir as autoridades municipais sobre isso.
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