O blog está acompanhando a sucessão municipal de Miracema, que ocorrerá no próximo ano. Notamos que após divulgarmos os pretensos candidatos, a postagem repercutiu e tomamos conhecimento de várias negociações em curso. Como se sabe, negociações envolvem a entrega de votos e apoio em troca de alguma coisa, em política, geralmente, a troca envolve a nomeação em cargos públicos e prestígio junto ao eleito.
Nessa eleição não será diferente. Basicamente cada candidatura detém um grupo, formado por eleitores e partidos. Esses grupos negociam acordos. E quem sair na frente e tiver mais a oferecer, pode ganhar a eleição ou o apoio da maior parte dos grupos.
A coisa fica ruim quando os grupos começam a se enfraquecer e a se dividir, quando uns apostam numa candidatura e outros em outra. Miracema tem bons cabos eleitorais. No último pleito, o grupo do PV, liderado pelo ex-prefeito Gutemberg Damasceno, foi primordial na resolução do resultado da eleição. Ao lado de Ivany, o ex-prefeito verde, era, até pouco tempo, a maior liderança da cidade. Gutemberg foi prefeito dois mandatos e elegeu seu sucessor, Carlos Roberto Medeiros, que não conseguiu se reeleger e está fora da política.
Hoje o grupo do PV está dividido, uma parte apoia o prefeito Clovinho e outra parte resiste na oposição e pode optar por candidatura própria. Gutemberg parece fora da política e sem condições de uma quarta candidatura a prefeito, haja vista até as dificuldades jurídicas que enfrentaria.
O grupo político do ex-prefeito Juedyr Orçay, também está esfacelado. Há integrantes do governo dele na gestão Clovinho e outros na oposição. Orçay também está fora do pleito, também por força das dificuldades jurídicas que enfrentaria, por ter tido contas rejeitadas pela Câmara Municipal.
O outro grupo é o do ex-prefeito Ivany Samel, também com fortes divisões. Mas se Ivany decidir optar por uma candidatura, poderá unir suas lideranças, como conseguiu fazer na disputa com o atual prefeito. O blog conversou com Ivany essa semana e, em momento algum ele descarta uma possível candidatura a prefeito. Obviamente que como bom político, afirma que as questões não serão decididas agora, já que ainda existe um longo tempo até as convenções. Samel tem um eleitorado correspondente a 30% dos eleitores da cidade, fato que vem sendo repetido a cada eleição.
A disputa eleitoral, como dissemos, é fruto de trocas e apoios programáticos não são a tônica da política do interior. Os apoios se dão em torno do nome dos candidatos.
Na próxima eleição, há candidatos que estão formando grupos para a disputa, como é o caso do coronel Fabrício Boa Morte (foto ao lado). Ele foi candidato a deputado estadual e recebeu boa votação na cidade, o que o credencia a querer disputar as eleições municipais. Também estão formando grupo a vereadora Alessandra Freire Rocha, que foi eleita apoiando o atual prefeito, mas tem atuação independente. Situação idêntica ao vereador e ex-presidente da Câmara, Aimoré. Há até a possibilidade da união dos vereadores em torno de uma única candidatura.
O prefeito Clovinho sai na frente das disputas, já que tem a máquina administrativa e foi o vitorioso do último pleito. Seu trabalho é manter a união de seu grupo, além de defender o mandato. A tônica de seu discurso tem sido de que exerce um mandato de reconstrução, já que assumiu o governo com dívidas e dificuldades, especialmente aquelas da previdência municipal. Clovinho não enfrenta denúncias de corrupção na administração, nem responde a processos que podem inviabilizar politicamente sua participação na política.
Os próximos meses serão de consolidação e grande disputa, vamos aguardar. Hoje o cenário é de 5 pré-candidaturas: Clovinho, Ivany, Alessandra, Aimoré e Fabrício.
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