A população está reclamando das novas medidas de austeridade
fiscal implantada pelo Governo Federal, mas certamente as prefeituras terão um
alívio, mesmo que pequeno, em suas receitas provenientes dos repasses Federais
e Estaduais. Isso se deve a alguns fatores que vamos analisar.
As mudanças de quatro impostos ou contribuições foram
alterados para um incremento de R$ 20,63 bilhões nos cofres públicos federais.
Desses, dois têm impacto direto também nas finanças das prefeituras, conforme
informa a Confederação Nacional de Municípios (CNM). Além disso, as alterações
na tabela do Imposto de Renda (IR) também entram nesta conta, pois o IR
alimenta o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O que muda para as prefeituras, estão todos perguntando. O
que é de interesse dos Municípios e que foi modificado pelo Governo
Federal são as alterações no Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) de cosméticos e na Contribuição por
Intervenção de Domínio Público (Cide-Combustíveis), no caso, a única compartilhada
pela União com os Estados e Municípios. Segundo a CNM, e com base nos valores
divulgados pelo Ministério da Fazenda, a arrecadação para os entes municipais
deve chegar R$ 641,5 milhões somente em 2015. Deste total, 478,5 milhões são da
Cide e R$ 163 milhões do IPI dos cosméticos.
O aumento no IPI cosméticos será de R$ 694 milhões, sendo que,
R$ 163 milhões serão destinados às prefeituras por meio do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM). Junto com o Imposto de Renda (IR), o IPI
compõe a base de cálculo do FPM. O aumento do IPI irá influenciar na receita
logo no primeiro semestre, consecutivamente, o cálculo do 0,5% que será
depositado na conta das prefeituras será maior do que o esperado.
Um texto divulgado, após as medidas, pela Confederação
Nacional de Municípios, afirma o seguinte:
“Retorno da Cide
Sobre a Cide, haverá alteração nas alíquotas de R$ 0,10/litro para a gasolina e de R$ 0,05/litro para o diesel. A contribuição, apesar da natureza regulatória, está submetida ao regime de “noventena,” - um período de 90 dias até que aumentos de alíquotas se tornem efetivos.
Na última semana, a CNM
havia divulgado que as desonerações tributárias da Cide-Combustíveis, zeradas
em 2012, resultaram em perdas de R$ 22,181 bilhões. Só os Municípios deixaram
de receber R$ 1,608 bilhões, entre 2013 até novembro de 2014. No entanto, após
o anúncio do governo de retorno desta contribuição, o incremento nas contas das
prefeituras será, como mencionado anteriormente, de R$ 478,5 milhões.
A Cide é compartilhada
também com os Estados. Eles têm uma parcela de 29% e os Municípios de 25%.
Portanto, dos R$ 6,6 bilhões que é esperado para a arrecadação da Cide em 2015,
os governos estaduais receberão R$ 1,9 bilhão e os municipais os R$ 478,5
milhões ou 7,3% do total. O restante (63,8%), R$ 4,2 bilhões, ficará com o
governo federal.
Tabela do IR
Em relação à tabela do IR, a correção aprovada pelo Congresso seria de 6,5%. A presidente da República, Dilma Rousseff, vetou este valor e encaminhará ao Parlamento, uma Medida Provisória que sugere um reajuste menor, de 4,5%. Ainda de acordo com a CNM, neste mês de janeiro, o recolhimento do IR deve obedecer a tabela anterior, de 2014. Por isso, a renúncia fiscal será de R$ 4,846 bilhões contra os R$ 7 bilhões previstos anteriormente pelo Congresso. Dessa forma, os Municípios receberão mais R$ 506,1 milhões, também por meio do FPM.
Pacote de medidas
Além da Cide e do IPI de cosméticos, o pacote do governo também prevê aumento da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre a importação. Ela passará dos atuais 9,25% para 11,75%. Outro acréscimo será no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre operações de crédito de pessoas fisicas. Ele aumentará de 0,0041% ao dia, para 0,0082% ao dia. Fica mantida a aliquota de 0,38% em cada operação.
Os combustíveis sofrerão aumento não só com a Cide, mas também com as alíquotas de PIS/Cofins. O aumento do PIS/Cofins será inicialmente de R$ 0,22/litro de gasolina e de R$ 0,15/litro de óleo diesel, com previsão de redução para os valores de R$ 0,12/litro e de R$ 0,10/litro, respectivamente para a gasolina e o diesel, no momento em que o aumento da Cide se tornar efetivo.”
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